A data de hoje marca os 90 anos da conquista do voto feminino no Brasil. Para a vereadora Camila Jara (PT), no entanto, a data não é só de comemoração, mas também de luta contra a violência política de gênero. “Continuamos lutando porque ainda sofremos fortes represálias ao ousar decidir sobre quais rumos a política brasileira vai tomar. Muitas vezes nós pagamos com a vida por querer participar da política, como foi o caso da Marielle Franco”, afirmou Camila ao relembrar o caso da vereadora carioca assassinada junto a seu motorista, Anderson, em março de 2018.

A fala de Camila Jara, feita durante a sessão ordinária on-line desta quinta-feira (24), relembrou outros ataques sofridos por mulheres que ocupam cargos eletivos, como as vereadoras de Nova Andradina Gabriela Delgado (PSB), Cida do Zé Bugre (PL) e Marcia Lobo (MDB), que tiveram seus nomes envolvidos em uma fake news sobre um ato de zoofilia.

Além de parlamentares sul-mato-grossenses, Camila Jara citou as vereadoras Bia Caminha (PT/PA) e Duda Hidalgo (PT/SP), que tiveram suas vidas ameaçadas. Exemplos claros de violência política de gênero.

“Toda minha solidariedade a essas mulheres. Enquanto nós não entendermos que o ataque às mulheres que participam da política é um ataque à democracia, nós não avançaremos enquanto sociedade. Nós não nos calaremos, continuaremos lutando pra que a gente possa ocupar os espaços que nós quisermos na sociedade”, finalizou. 

Camila Jara é a única mulher eleita da atual legislatura e também Procuradora Especial da Mulher da Câmara Municipal de Campo Grande.