Começa nesta quinta-feira (30) a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP-28. Realizado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o evento conta com a participação da maior comitiva brasileira de sua história: são 2,4 mil pessoas, entre integrantes do Governo, empresários, cientistas e ativistas.

Compondo o time que irá discutir caminhos e soluções para frear as mudanças climáticas, a deputada federal Camila Jara (PT/MS) representará os biomas Pantanal e Cerrado, levando suas demandas e desafios para os diferentes painéis e reuniões da programação. A parlamentar também irá entregar ao presidente Lula a carta redigida durante o Seminário Pré-COP, realizado nesta terça-feira (28) em Campo Grande.

Durante o Seminário, as principais instituições de ensino e pesquisa e ONGs de conservação do Pantanal elencaram as prioridades e urgências para a conservação do bioma, entre eles, está um plano integrado para mitigação e combate ao fogo, criação de crédito de biodiversidade, captação de recursos e a criação do Fundo de Proteção do Pantanal.

Na COP-28, um dos eventos de maior destaque é o Lançamento da “Missão 1.5” pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que acontece no sábado (02). O Missão 1.5 é um programa que prevê que países ricos concedam incentivos para que os países pobres ou em desenvolvimento zerem as emissões de CO² na atmosfera, de forma a impedir um desastre climático.

Bancada pelo Planeta

Para o domingo (03) está marcado o lançamento da Bancada do Planeta, uma campanha global de parlamentares em defesa do clima, da biodiversidade e dos direitos de povos indígenas e de comunidades tradicionais. Neste evento, Camila Jara irá fazer uma defesa do desenvolvimento sustentável dos biomas Pantanal e Cerrado.

O objetivo da Bancada é fazer com que os países membros da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (UNFCCC) cumpram com os compromissos firmados em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC), em direção às metas do Acordo de Paris.

Além disso, a reunião de parlamentares do mundo inteiro comprometidos com a pauta ambiental vai possibilitar a troca de informações e experiências, ampliar apoio a ações de educação, capacitação e treinamento, em parceria com a sociedade civil e fortalecer projetos e propostas para a COP-30, que será realizada no Brasil em 2025.

Para este primeiro ano da Campanha da Bancada do Planeta, três eixos principais serão trabalhados:

1 – A Emergência Amazônia é uma Emergência Climática

A Amazônia passa pela pior seca da sua história. E este fenômeno tende a se repetir e alastrar, se medidas concretas não forem tomadas contra os principais agentes da mudança climática (o desmatamento e o extrativismo, especialmente, a exploração de petróleo e gás), e se a transição energética não for feita de forma justa, considerando os impactos.  A reunião de parlamentares dos nove países da América Latina onde está localizada a floresta tem o objetivo de mobilizar o restante do mundo para a proteção da floresta e seus povos.

2 – Financiamento direto para povos indígenas e comunidades afetadas

Povos Indígenas, comunidades tradicionais e populares são as mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas, como secas e enchentes. Ao mesmo tempo, elas são as principais responsáveis pela proteção do meio ambiente, mas no entanto, apenas 7% do financiamento global para o clima chegam diretamente às suas organizações. Em todo o mundo, lideranças e associações indígenas e de comunidades tradicionais têm se unido e participado das conferências da ONU solicitando recursos dos fundos climáticos prometidos por governos e entidades que cheguem de fato às comunidades que são as verdadeiras guardiãs das florestas, protetoras do clima e diversidade do Planeta.

3 – Proteção dos Rios e Nascentes: parem a guerra contra as águas

Especialistas afirmam que, se não agirmos agora, 2/3 da população mundial poderá enfrentar escassez de água potável nos próximos dois anos. Isso afetará milhões de pessoas! Nesta frente, pode ser incluído o foco na regulamentação do Ecocídio pelos países membros da UNFCCC, com foco na proteção dos rios.