As cerca de 70 famílias que foram despejadas do terreno que ocupavam no bairro Los Angeles receberão um auxílio mensal de R$ 500,00 durante seis meses, após cadastro junto à Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários de Campo Grande).

Esse foi um dos encaminhamentos obtidos durante a reunião promovida pela vereadora Camila Jara (PT) com o Núcleo da Fazenda Pública, Moradia e Direito Social da Defensoria Pública de MS e representantes das famílias despejadas, da Amhasf e também da Agehab (Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul).

Durante a reunião, realizada na segunda-feira (20), a Amhasf se comprometeu a agendar uma data para que as famílias sejam atendidas no CRAS dos bairro Los Angeles, realizando os cadastros para que recebam o valor já a partir de julho.

O atendimento acontece hoje (23/06) a partir das 8h30, no Centro de Referência de Assistência Social – CRAS Los Angeles. Além do cadastramento para receber o auxílio do Programa Recomeçar, as famílias serão encaminhadas para vagas de trabalho.

A vereadora Camila Jara (PT) ressaltou que Campo Grande não pode ficar à mercê da política habitacional falida do Governo Federal e relembrou que o auxílio que será pago é equivalente ao programa de transferência de renda – nos moldes da Renda Básica – que seu mandato propõe desde março de 2021 e que teve previsão legal e orçamentária aprovadas no Plano Plurianual e na Lei Orçamentária Anual do município. “Só muda o nome, mas o objetivo é o mesmo: dar condições para que as pessoas supram suas necessidades mais básicas. Mas quando levantamos essa possibilidade em março do ano passado, era para que a situação dessas famílias não chegasse ao ponto que está hoje”, afirma.

Além disso, a parlamentar questionou o fato do executivo municipal não ter enviado equipes da Amhasf, Semadur ou da Assistência Social ao local antes da reintegração de posse. “É preciso ter um protocolo nesse sentido, porque as famílias são tão carentes, estão em tamanha vulnerabilidade, que não sabem nem a que têm direito, não têm nem o dinheiro do passe pra se deslocar e pedir qualquer coisa. Se o executivo enviar alguém até o local, evita sofrimento, evita desgaste”, defendeu.

Claudia Moreira de Araújo e Josinei de Araújo da Silva, representantes das famílias despejadas, reafirmaram o uso da força bruta empregada pela Guarda Civil Metropolitana durante a ação de reintegração de posse. “A gente não pôde nem pegar os documentos”, afirmou Josinei.

A Defensoria Pública vai viabilizar meios para que as famílias tirem a segunda via dos documentos destruídos.

Além da vereadora Camila Jara, participaram da reunião a defensora pública Célia Regina Rodrigues Magro, a procuradora do município, Maria Lúcia Dellazari Bueno, o diretor de atendimento, administração e finanças da Amhasf, Cláudio Marques, a coordenadora especial de planejamento da Agehab, Maria Teresa Rojas Soto, e o representante do Instituto Comitiva Esperança, João Mazini, que mobilizou ajuda para doações às famílias após o despejo.