Por Mayara Bueno (Midiamax)

Os próximos quatro anos da Câmara Municipal de Campo Grande ainda serão com poucas mulheres representando no Legislativo municipal, comparando com os 27 homens eleitos. Dos 29 vereadores, duas são mulheres – mesmo número de 2016, mas um pouco diferente no próximo ano. Atualmente, são vereadoras Dharleng Campos (MDB) e Enfermeira Cida Amaral (PSDB), mas só a primeira foi reeleita.

Com ela, completa a bancada feminina, Camila Jara (PT), eleita pela primeira vez em 2020 aos 25 anos. A estudante de Ciências Sociais da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) recebeu 3.470 votos. “A gente fez um planejamento, estabelecemos uma meta para eu conseguir ser eleita com folga, sem depender do desempenho do partido. Eu percebi que podíamos conseguir quando as pessoas começaram a me reconhecer na rua, pedirem ajuda para participar da campanha”.

Mesmo jovem, a estudante diz que o interesse pela política é antigo e despertado pela família que milita também há anos. Sua avó, Narcisa Canhede Jara, conhecida como Dona Narcisa, é uma das fundadoras do PT em Campo Grande. “Eu tenho exemplos que mostram que a política pode ser esse instrumento de mudança. Sempre fui apaixonada [por política] e sempre participei de movimentos sociais”.

A vereadora eleita afirma que a decisão em concorrer a um cargo eletivo foi tomada quando participou de estágio na Câmara dos Deputados, em 2019. “Lá eu vi perfeitamente que era possível na elaboração de leis. Daí decidi disputar”. A vereadora eleita do PT está no último ano do curso e avalia adiantar a formação, para se dedicar exclusivamente ao mandato a partir do próximo ano.

Já Dharleng Campos, 48 anos, começa o segundo mandato de vereadora em 2021. Administradora de empresas, a parlamentar se elegeu pela primeira vez em 2016, quando disputou pelo PP. Neste ano, se reelegeu com 1.782 votos já no MDB.

Desigualdade

Em uma Câmara Municipal predominantemente masculina, a discussão sobre a desigualdade é natural. “Tivemos mulheres incríveis, com conteúdo, concorrendo, mas infelizmente não conseguiram”, observa. Para ela, o papel dela e de Dharleng na Câmara será o de desenvolver programas para que mais mulheres se sintam seguras para concorrerem.

A vereadora reeleita também cita que o resultado nas urnas reflete o número baixo de candidaturas de mulheres. Em sua análise, alguns partidos não tratam com respeito as candidatas, ‘servindo apenas de apoio para eleger homens’. “Fico triste com esse cenário. O ideal seria uma Câmara metade mulheres, metade homens”.

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