Basta andar um pouco pela nossa cidade para perceber que os efeitos da pandemia são reais. E muito tristes.

Há mais pessoas em situação de rua, há mais pessoas pedindo dinheiro nos semáforos. Até a demanda que chega pra gente no gabinete pedindo ajuda e alimentos aumentou.

E não é só uma impressão: temos dados e informações importantes de uma dura realidade da nossa capital.

Cerca de 32.600 famílias vivem em situação de vulnerabilidade. Mais de 57 mil pessoas estão sem emprego e sem ocupação, sendo que quase 28 mil são mulheres, muitas delas chefes de família.

Campo Grande, que há 10 anos, ostentava o (suposto) título de ser a primeira Capital do país sem favelas, hoje tem 38 favelas estabelecidas novamente.

Colocar o arroz e o feijão no prato também não tem sido das tarefas mais fáceis para o campo-grandense: a cesta básica em Campo Grande teve um aumento de 16,53% nos últimos 12 meses e o custo de uma cesta básica aqui é o 9° maior entre as capitais do Brasil.

Renda Básica Emergencial Cidadã
Há cerca de dois meses, propusemos um projeto de lei que poderia amenizar as dificuldades da cidade e dos campo-grandenses em diversos aspectos: a Renda Básica Emergencial Cidadã, que prevê o pagamento de R$ 300,00 durante três meses para cerca de 32 mil famílias cadastradas no CadÚnico e que não recebem nenhum tipo de auxílio desde o início da pandemia, há 14 meses.

A Renda Básica é uma boa alternativa porque pode garantir que as famílias mais pobres tenham acesso ao básico para sobreviver, como comida na mesa, gás, água, luz, moradia e medicamentos.

Historicamente, programas de distribuição de renda atuam para reduzir a gritante diferença entre as classes sociais, agravada ainda mais durante a pandemia. O Bolsa Família, programa de transferência de renda semelhante ao proposto, foi responsável pela redução da extrema pobreza em 25% e da pobreza em 15% no país.

Além disso, a quantia mensal em dinheiro para as famílias mais pobres é revertida em consumo, aquecendo a economia nos bairros, estimulando a criação de empregos formais.
Em Maricá (RJ), após a implantação do programa, a oferta de vagas de empregos formais cresceu em 12%.

Diversos países do mundo e cidades do Brasil obtiveram sucesso com programas de renda básica, fortalecendo ainda mais a ideia de que ela é necessária e urgente em Campo Grande.
Não vamos parar de lutar porque garantir a vida e a dignidade das pessoas é prioridade, basta vontade política para fazer acontecer.

Aguardamos o Executivo Municipal demonstrar essa boa vontade para com a sua população.