Quem nunca ouviu dizer que Bolsonaro é de extrema direita ou que o PT é de extrema esquerda? Será que isso é verdade? Afinal, qual a diferença entre esquerda e direita?

Para saber melhor como os termos “direita” e “esquerda” começaram a fazer parte do repertório político, precisamos saber onde tudo isso começou. Depois da Revolução Francesa, em 1789, os parlamentares eram estruturados de forma que os representantes da aristocracia se sentavam à direita e os comuns se sentavam à esquerda do tribuno.

Os aristocratas eram os que lutavam pelos privilégios da aristocracia, da igreja e também da sociedade de classes que havia naquela época, isto é, eram tradicionalistas no sentindo de conservar as estruturas sociais vigentes até aquele momento. Já os que se sentavam à esquerda correspondiam os interesses da população comum, principalmente a burguesia, que era a classe que pagava a conta da aristocracia e da igreja, mas que até então não tinha nenhum poder politico.

A política daquela época não tinha nenhum tipo de interferência de ideologias como o socialismo ou o comunismo. Entretanto, no cenário em que vivemos, o que significa ser de direita ou ser de esquerda?

Vou tentar explicar de forma bem simples. Então vamos lá: quem é de esquerda tem a característica pela defesa da igualdade social. Geralmente, envolve uma preocupação muito grande com a população que é vista em desvantagem em relação aos outros, ou seja, quem é de esquerda acredita que o Estado deve investir em questões sociais para transformar a nossa sociedade.

O Estado também deve também oferecer serviços de saúde e educação, por exemplo, e intervir diretamente para tentar regular a nossa sociedade, que é extremamente desigual.

Já a direita tem uma visão bem diferente: ela vê a desigualdade social como algo inevitável ou até mesmo natural. Esse aspecto politico na maioria das vezes é justificado com base no direito natural e no tradicionalismo, portanto, o Estado deve interferir o mínimo possível e as próprias relações sociais vão se regularizando e acabando com a desigualdade. Para a direita, o Estado não deve interferir na liberdade individual.

É extremamente importante que esse debate seja feito, porque essas visões de mundo impactam diretamente sobre as politicas públicas que vão ser desenvolvidas. Um exemplo: para alguém de uma ideologia mais liberal, os serviços não precisam ser fornecidos diretamente pelo Estado, então, o cidadão pode pagar o seu próprio plano de saúde, por exemplo. Já para quem é da esquerda, é necessário um plano de saúde público e universal para atender a população, principalmente a mais carente.

É necessário que esqueçamos os estereótipos que existem em volta desses dois termos. É muito importante lembrar que existem várias direitas e várias esquerdas. Não é todo mundo de direita que é fascista e nem todo mundo de esquerda é comunista.

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*Camila Jara é pré-candidata a vereadora em Campo Grande (MS)